6 dicas para entender os rótulos dos alimentos
Nutricionista da Sociedade Brasileira de Hipertensão esclarece algumas dúvidas sobre os rótulos dos alimentos | |||||
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a falta de atividade física e a alimentação desequilibrada são os principais fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como as cardiovasculares e o diabetes. Um passo importante para a prevenção desses males é produzir adequadamente os rótulos, oferecendo dados nutricionais de maneira padronizada, simples, clara e consistente1.
Para entender todas as informações presentes nas embalagens dos alimentos, é preciso aprender a ler corretamente o rótulo. A nutricionista diretora dos Departamentos de Nutrição da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH) e da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Márcia Gowdak, explica quais são os fatores fundamentais presentes nos rótulos dos alimentos que devem ser conhecidos por quem pretende ter uma alimentação equilibrada e, ainda, responde a perguntas frequentes sobre o assunto.
1. O que está no rótulo?De acordo com a RDC 360/03 da Anvisa, que dispõe sobre a Rotulagem Nutricional, todo produto, obrigatoriamente, deve conter as seguintes informações: Valor energético, Carboidratos, Proteínas, Gorduras Totais, Gorduras saturadas, Gorduras Trans, Fibra alimentar e Sódio.
“Outro dado obrigatório é a lista de ingredientes que compõem aquele alimento. Na descrição, o primeiro que aparece é sempre o que está presente em maior quantidade”, explica a nutricionista.
Uma informação nova foi adicionada há pouco tempo aos rótulos do Brasil, e ainda não é obrigatória: o Guidelines Daily Amount. Trata-se de uma forma mais direta e prática de mostrar ao consumidor algumas informações importantes da tabela nutricional e, assim, auxiliá-lo a escolher os produtos. Os valores destacados nesses círculos referem-se à porção diária recomendada de consumo ou unidade do alimento. São descritos cinco nutrientes-chave: valor energético (calorias), açúcares, gorduras totais, gordura saturada e sódio.
2. O que é a porção recomendada?A porção recomendada na embalagem representa a quantidade média do alimento que deveria ser consumida por pessoas sadias, adultas, em cada refeição com a finalidade de promover uma alimentação equilibrada. Normalmente a recomendação é para uma dieta de 2000 calorias diárias, considerada a média brasileira. Márcia explica que para manter uma dieta equilibrada é importante mesclar vários grupos de alimentos em cada refeição, evitando exageros.
Por exemplo: o rótulo de um pacote de bolacha apresenta as informações nutricionais de cinco biscoitos, pois é a quantidade média indicada para consumo no dia.
3. Quanto do sódio indicado no rótulo cada pessoa realmente consome?O rótulo da embalagem aponta a quantidade de sódio presente no produto ou na porção recomendada. Contudo, para os ingredientes utilizados em preparações, ou seja, que serão diluídos com outros, como é o caso dos caldos em cubo, é preciso considerar a informação nutricional referente à porção do alimento preparado.
Em uma preparação de Frango de panela que leva 1 cubo de caldo de galinha, por exemplo, cada pessoa consome cerca de 502mg de sódio. Isso acontece por que os 2008mg* de sódio presentes em um cubo serão diluídos para temperar 785 g de frango de panela, que servirá 5 pessoas. Assim, cada um consumirá uma porção de sódio que representa 21% do valor de ingestão do dia. O caldo de galinha já é temperado e, por isso, não é preciso acrescentar sal durante ou após o preparo.
*A porção declarada no rótulo representa meio caldo em cubo, o que reflete em um valor de 1004mg de sódio.
4. Nem todas as gorduras são ruins?As gorduras com presença obrigatória no rótulo são divididas em totais, saturadas e trans. As gorduras insaturadas podem constar ou não. “Aqui é importante saber diferenciar. A gordura saturada, em grandes quantidades, é considerada ruim para o nosso organismo, pois contribui para o aumento do colesterol. Da mesma forma a gordura trans, pode elevar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Por outro lado, as insaturadas são conhecidas como gorduras “boas”, já que ajudam a diminuir o colesterol ruim, o triglicérides e a pressão arterial”, explica Márcia Gowdak.
Uma colher de maionese, por exemplo, possui 3,4g de gordura insaturada, 0,6g de gordura saturada e não possui gorduras trans, indicando, assim, equilíbrio na quantidade de gordura.
5. A quantidade de calorias diárias não é a mesma para todo mundo?A primeira informação nutricional que aparece no rótulo é o valor energético, ou as calorias. “A quantidade de calorias que uma pessoa precisa por dia não é igual para outra”, destaca a nutricionista. “Ela é calculada com base em fatores como: idade, peso e atividade física praticada. Por exemplo, uma mulher adulta que não possui o hábito de se exercitar pode ter uma necessidade diária de 1900 kcal. A mulher ativa, por outro lado, tem maior necessidade calórica, podendo alcançar valores acima de 2200 ou 2500 kcal”, explica. Desta forma, nem todos os indivíduos precisam consumir 2000 kcal por dia – valor médio usado nas tabelas nutricionais para guiar e facilitar as orientações de ingestão de nutrientes.
6. Para que serve o %VD?
O símbolo %VD quer dizer Porcentual de Valor Diário. Poucas pessoas observam a coluna que indica o %VD, mas ela é importante, pois representa o quanto aquela porção do alimento contribui para atingir os valores diários de nutrientes que uma pessoa deve consumir para manter uma dieta de 2000 kcal.
Um copo de 200ml de um suco a base de soja, por exemplo, apresenta 40%VD de vitamina D.
Referências1. World Health Organization. Global strategy on diet,physical activity and health. Geneva: World HealthOrganization; 2004 [cited 2014 Sept 17]. Availablefrom:http://www.who.int/dietphysicalactivity/strategy/eb11344/strategy_english_web.pdf.
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Olá, adorei o post, é muito importante sabermos interpretar os rótulos para saber melhor o que estamos ingerindo!
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