Filhos de quatro patas

quinta-feira, janeiro 23, 2014 Carlinha Fernandes 5 Comments


Quando eu era criança, sempre fui muito alérgica e meus pais nunca me deixaram ter nenhum bichinho de estimação, então vivia prometendo pra mim mesma, que assim que eu saísse de casa, teria quantos bichinhos me dessem na telha.

Álex foi meu primeiro filhinho de quatro patas, foi amor à primeira vista, era um cãozinho calmo, só teve os primeiros três meses de bagunceiro, gostava de comer sapato e tinha uma implicância inexplicável com o quarto do Nandinho, sempre que ele conseguia entrar por lá fazia xixi em tudo, um veterinário falou que era tipo marcando território, como se o Nandinho fosse o concorrente dele, então em todo lugar que tinha o cheiro forte do Nandinho ele fazia xixi.

Ele era super, mega, ultra companheiro, seguia a gente como uma sombra, sem precisar de coleira, obedecia os comandos bem direitinho, adotou o local certo para as necessidades, era muito carinhoso, tinha um jeitinho engraçado de me chamar quando queria alguma coisa, como se me puxasse com as patinhas, quase nunca latia, era caladão, tinha o olhar mais pidão que eu já vi nesse mundo.

Só foi bonito nos primeiros meses, depois foi se tornando um cachorrinho apaixonantemente feio, tão feio que chamava atenção quando passeávamos com ele e sempre recebia comentários do tipo quando postávamos fotos engraçadas nas redes sociais, mas pelo menos pra mim, a sua "feiura" só o tornou ainda mais especial, pois ele era exemplo vivo que as aparências enganam e que é ridículo julgar o livro pela capa.

Quando ele foi para o céu eu não conseguia nem imaginar em adotar outro bichinho, chorei por meses e ainda hoje é difícil falar sobre ele (sim, estou aos prantos enquanto escrevo o post), mas Nandinho me pediu tanto, e eu também já me sentia um pouco mais preparada, foi quando decidimos abrir o coração novamente para outro integrante da família.


Foi por acaso que vi uma foto da Bolinha com seus irmãos no facebook de um casal super simpático, oferecendo filhotinhos para adoção, me animei de cara, pois queria um cachorro de grande porte e nas fotos dava pra ver a estatura dos pais. 

Por conta do meu corre, corre, acabei demorando a ir no local buscá-la, e quando liguei avisando que finalmente iria, me informaram que todos já tinham sido adotados, que teria ficado somente uma fêmea, que ninguém a quis por ser a mais bagunceira, então que eu me sentisse à vontade se não a quisesse também, mesmo assim decidi ir lá pra ver qual é, e não preciso nem falar que também foi amor à primeira vista né?

Aquela fuça de safada me conquistou de cara! Fiquei encantada com a fofura, Bolinha era bem gordinha (por isso o nome), super comilona, tinha apenas 20 dias e já estava totalmente adaptada à ração, super desenrolada.

A diferença dela pra o Álex é gritante, depois das duas experiências, tive certeza que os cachorros tem personalidades assim como a gente, Bolinha é implicante, teimosa, birrenta, não adianta brigar, colocar de castigo, ela te desafia! Você grita ela late mais alto, quando quer uma coisa, não desiste, é tipo um cão de guarda mesmo, quando estamos passeando, ninguém pode chegar perto, ela não morde de brincadeirinha, morde pra arrancar o pedaço, tem uma força enorme, literalmente sai me arrastando quando vamos passear, nunca a soltei na rua sem coleira com a esperança que ela ande ao meu lado, pois tenho a impressão que ela vai embora e nunca mais volta, pois ela corre feito um guepardo, adora cavar buracos, buracos enormes, ficam tipo túneis e ela fica escondida lá dentro.

Não é que ela não seja carinhosa, acho que o jeito dela de fazer carinho é mordendo, arranhando, pra vocês terem uma ideia, Nandinho só pode brincar com ela se for com supervisão minha ou do Fernando, pois a gente avalia quando a brincadeira está ficando muito pesada e aparta os dois, senão a briga é feia, desde que ela entrou em nossas vidas, não tenho mais marcas de quedas de pedal, minhas marcas são de arranhões, mordidas e roxos nas pernas de quando ela vem correndo em minha direção e me dá patadas.




Sinto uma saudade imensa do Álex e posso dizer sem medo que ele é insubstituível, mas reconheço que com a chegada dessa figura da Bolinha, minha vida ficou mais colorida, amo minha maluquinha e por conta do incidente com Álex tenho um cuidado redobrado com ela, tenho fé em Deus que ela ficará conosco por muitos anos e ainda contarei por aqui muitas de suas peraltices.

Ahhh, e pra quem ficou curioso quanto às raças, ambos são vira-latas, não sou a favor de comprar bicho de estimação, acho que existem muitos que precisam de um lar, portanto gastar dinheiro na compra de animal de estimação só pela raça é o tipo de atitude que não entra na minha cabeça, Álex era uma mistura de pinscher com poodle e a Bolinha parece muito com o fox terrier brasileiro, todo mundo pensa que ela é de raça, mas eu a adotei como se fosse uma vira-lata, então não sei.

5 comentários:

  1. Ai que Chororô!

    Tem 02 anos que a minha Francis se foi, depois de 12 anos...Ai pegamos a Milly, uma doidinha...Um amor muito louco!

    Amei o post!

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  2. Oie...

    Chorei ao ler seu post...acabei de perder minha companheira de 05 anos...e ela era meio a bolinha...teimosa....implicante...e não adiantava bater....mais extremamente amorosa e carinhosa...ela foi rejeitada pela familia que adotou por ser bagunceira demais....e eu adotei ela....agora ela se foi...e sinto uma falta extrema dela...

    Agora ficamos só eu e a irmã dela...que é mais tranquila..e independente...

    Eu li esses dias uma entrevista do escritor do livro Marley e eu...ele falando que a gente ama muito mais os cães que nos dão trabalho...pq é um relação constante...vc precisa dar de si....e isso aproxima...e acho que é verdade....já tive muitos cachorros...mais sinto que não vou amar nenhuma como amo a Lyah...

    Boa sorte com a bolinha...

    beijos!

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  3. Amei! Porque amo bichos e entendo perfeitamente o que foi dito! Obrigada pela leitura emocionante Carlinha!

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  4. Amei Carlinha! Entendo perfeitamente o que foi escrito, pois sinto o mesmo pelos meus amados bichinhos! Obrigada pela excelente leitura!

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  5. Amei! Porque amo bichos e entendo perfeitamente o que foi dito! Obrigada pela leitura emocionante Carlinha!

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