Alimentação mais saudável: pequenas mudanças fazem grandes diferenças

Muita gente não sabe, mas já é comprovado que os alimentos orgânicos são muito mais nutritivos do que os tradicionais e essa mudança de atitude pode começar no ambiente de trabalho

Sabe por que os alimentos orgânicos são mais nutritivos? Porque o seu processo de produção está em sintonia com os ritmos da natureza e realizado em solos químico, físico e biologicamente equilibrados e não usados agrotóxicos, adubos sintéticos e transgênicos. Além disso, orgânicos têm mais vitaminas, minerais e outros nutrientes e muitas vezes contém menos sódio que os alimentos tradicionais. Outra vantagem é que por concentrarem menos água, o sabor destes alimentos também tende a ser mais intenso e agradável do que o dos convencionais.

Foi pensando em oferecer uma alimentação mais saudável aos seus colaboradores, que a Mercur uniu forças com a Ao Ponto - prestadora de serviços em alimentação, com o Centro de Apoio e Promoção da Agroecologia (CAPA) e com a ECOVALE – Cooperativa Regional de Agricultores Familiares Ecologistas Ltda. As campanhas com os colaboradores começaram a acontecer em meados de 2010 e as instituições se uniram para conscientizar sobre importância de consumir alimentos saudáveis e do não desperdício. Com o passar do tempo, os colaboradores entenderam a mensagem e hoje as refeições servidas na empresa são muito mais saudáveis do que há alguns meses.

“Entendemos como essencial permitir um espaço para que os colaboradores possam ampliar a sua consciência sobre a importância de uma alimentação mais saudável, garantindo melhoras significativas na sua saúde e qualidade de vida. Além de permitir que o nosso entorno se desenvolva com a produção de alimentos orgânicos”, comenta Breno Strussmann, Facilitador da Mercur.

No início, eram poucos os dias da semana que a Ao Ponto conseguia servir alimentos orgânicos para os colaboradores da Mercur. Mas com as rodas de conversas entre todos os envolvidos, inclusive com a colaboração dos próprios colaboradores, novas ideias foram surgindo e aos poucos o cardápio foi adaptado de uma forma que agradasse a toda a equipe e também aos agroecologistas. Hoje a alimentação de todos que trabalham na Mercur é composta por pelo menos arroz e feijão orgânico cinco dias por semana, e outros alimentos que forem possíveis de incluir, conquista realizada gradativamente.

“É muito gratificante para um profissional de nutrição poder exercer sua função de acordo com aquilo que acredita. Hoje, aqui na empresa, eu coloco em prática tudo o que aprendi e me sinto fazendo parte de pequenas mudanças na vida das pessoas que realmente farão a diferença na saúde delas”, declara Amanda Bulow, nutricionista da Ao Ponto, que atua na Mercur.

Para que os orgânicos estivessem presentes na alimentação dos colaboradores da Mercur, a empresa, junto com a equipe do Ao Ponto, foi em busca de fornecedores como o Centro de Apoio e Promoção daAgroecologia e ECOVALE. E, graças à demanda constante vinda da Mercur, os agricultores da região passaram a ter um mercado regular.

“O efeito dessa parceria entre Mercur, Ao Ponto e CAPA foi muito positivo. A compra de alimentos orgânicos passou a ser regular e assim os agroecologistas conseguem se planejar em torno dessa produção. Isso ajuda na economia local de Santa Cruz do Sul, além de ser um zelo pela saúde dos trabalhadores”, comenta Sighard Hernany, coordenador do CAPA.

A comercialização dos alimentos orgânicos é feita por intermédio da Ecovale, cooperativa regional de agricultores familiares ecologistas, composta por associados dos municípios de Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Vale do Sol, Candelária, Sinimbu e Rio Pardo.

Redução de desperdício de alimentos

Além disso, atualmente, a média de restos ingestos (sobra nos pratos) é somente de 3 gramas por pessoa, uma vitória conquistada pelo engajamento dos colaboradores, que já está sendo apresentada para outras empresas onde a Ao Ponto presta serviços. Outra medida tomada pela Mercur junto com a Ao Ponto foi a redução de óleo no preparo dos alimentos. Ao iniciarem o acompanhamento deste ingrediente, a empresa percebeu que eles utilizavam 5 litros de óleo por dia e, em 3 meses de mudanças e adaptações, hoje a Ao Ponto utiliza metade desta quantidade: 2,5 litros por dia.

Outro ponto observado foi a redução do sal. Os saleiros foram pesados antes e depois do almoço. Como a utilização do ingrediente estava alto - por pessoa, cerca de 8g de sal -, a Ao Ponto e a Mercur iniciaram uma campanha interna e depois dessa campanha, o consumo de sal reduziu consideravelmente. Também foi implantado o sal de ervas, que contém uma quantidade muito menor de sódio, o qual está conquistando cada vez mais adeptos. Só para os colaboradores da unidade Centro da Mercur, são preparadas em média 250 refeições todos os dias e foi com pequenas mudanças que hoje a alimentação dos colaboradores é muito mais saudável.

“O mais bacana é ver que a partir da preocupação da Mercur hoje conseguimos impactar, mesmo que indiretamente, outras empresas que atendemos. Por exemplo, quando recebemos ofertas de alimentos orgânicos dos produtores, acabamos fazendo uma compra maior e substituindo os alimentos tradicionais para todas as empresas que atendemos”, destaca a nutricionista da Ao Ponto.

“Para os agroecologistas, ter um cardápio adaptado à oferta é fundamental para manter a produção de orgânicos, pois diferentes das outras culturas, não temos como ter uma regularidade na produção de um produto específico, em todas as épocas do ano porque a agroecologia obedece as estações climáticas”, finaliza Hermany, do CAPA.

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